Além do olhos
Quando foi que o senhor\
Deu o amor\
A olho nu\
Acredito que nunca\
Mas onde tu estavas\
Quando te carreguei no colo\
Quando corri solo\
Ao médico das tuas situações enfermas\
Quando criei emblema de natal\
Quando no teu aniversário tentei ser o sal\
Quando tu, adulto\
Inventando um tema\
Feito artistas de cinema\
Saia por ai, a conhecer bares e bebidas\
Teatros, lugares e hortos noite e dia\
Onde tu estavas\
Quando o lenço te cobria\
A qualidade dos produtos e das roupas te vestia\
Onde tu estavas quando o teto te protegia\
Do frio, do inverno ou do fogo\
Que o povo sofria\
Quando, por vezes a fome assombrava\
O teu prato paria\
Quando as vezes, calado limpava a tua casa\
Subserviente servia, o que te faltava\
Não condizia com a maioria\
Fazia o feijão com o arroz, que tu comia\
Quantas histórias sabes contar\
Porque esse desimportante cansou de ilustrar\
Só pra situar\
Quando nas tuas tristezas o palhaço te fazia sorrir\
Mesmo que despedaçado, chorando\
De tudo que realmente é importante\
As vezes falta o abraço\
Mas dentro do laço\
Embora não tenha o circulo\
Quantas vezes, beirando o chão\
Me destes ouvido e ali estava minha mão\
A te levantar\
Pela cultura de ontem\
Talvez eu ainda não saiba lidar\
Pode até ser que nunca tenha dito\
Eu amo você\
Mas com certeza na hora de muitas dores\
Estava, sem nome\
Mas no lugar pra te consolar\
Talvez as expectativas\
Talvez os meus erros\
Sejam entrave pra enxergar\
E por tudo que foi feito\
Foi desfeito ou falado em outras versões\
Tenha conduzido o coração\
A amarguras de cicuta\
No entanto\
Num mundo quântico, sempre estive lá\
Se hoje mesmo com as luzes acesas\
Não da pra velar\
É porque o coração ainda é selvagem\
Mas, desde que aprendi, nunca hesitei em ser\
Um pai pronto a amar\