Fios poéticos de cabelos
Fios poéticos de cabelos
Cabelos são estradas deitadas no suporte da vida
Inventam encruzilhadas nos nós da sorte sobre a pele despida
Escorrem pelos ombros descaidos a desnorte e brincam entretidos
Soltam-se ao vento como asas em voos que lhes são retidos
Têm cores diferentes de brilhos luzidios iluminados solares
Fios quentes misturados que seduzem os encantados olhares
São cobertores emaranhados na dança do prazer
Fazem tranças de amores calados com quem lhes bem quer
Sempre gostei dos meus cabelos longos compridos
São molduras da silhueta e por lá andam perdidos
Fazem cócegas como dedos lascivos que desejo e não tenho
Escondem segredos íntimos sentidos que nem os mostro em desenho
E os cabelos que outrora foram lençóis de um amor solitário no leito
Agora descansam serenos no calor brando do meu peito
Luísa Rafael
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Porto, Portugal