Rotas do destino
Rotas do destino
Há trajectos que faço que são certamente engano
Passo a passo sinto os pés incertos em rotas que chamo
Percebo que o destino sorriu e provavelmente se enganou
Apenas abriu caminho aos desertos de afectos que a minha voz ecoou
Mas é assim quando os desejos são ouvidos pelo velho fado
Às vezes fica mudo e ao espelho se interroga calado
Outras vezes se oferece ao que tão intensamente é rogado
Pelas sendas e veredas que são dores de um percurso mal amado
Não sei se foi destino ou simplesmente aprendizado
Só sei que sigo em frente com um aparente sorriso calado
Nem sei sequer se vou em contramão ou se o levo ao meu lado
Vou em plena liberdade desbravando o desconhecido infinito
Com as asas leves do amor num voo terreno sentido em que levito
Para trás fica um amor incompreendido que ainda sinto mas que na verdade já não acredito
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal