Despido
cada palavra é um corte
cada gemido, um grito de morte.
assim vou levando a vida
entre trancos e barrancos
rasguei o véu que cobria os meus olhos,
passei a ver o mundo diferente,
não como sempre sonhei,
mas como dizem os mortos
cavei a vala onde guardarei a minha alma,
quando meus versos estiverem podres
e os meus doentes ossos
já não servirem para sustentar minhas carnes
minha nudez está machucada,
a ferida não fecha, não sara.
nu de minhas vontades
sou um traste ao relento