Despido

cada palavra é um corte

cada gemido, um grito de morte.

assim vou levando a vida

entre trancos e barrancos

rasguei o véu que cobria os meus olhos,

passei a ver o mundo diferente,

não como sempre sonhei,

mas como dizem os mortos

cavei a vala onde guardarei a minha alma,

quando meus versos estiverem podres

e os meus doentes ossos

já não servirem para sustentar minhas carnes

minha nudez está machucada,

a ferida não fecha, não sara.

nu de minhas vontades

sou um traste ao relento

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 12/12/2007
Código do texto: T774898
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