Com o Pulsar de Minha Nudez
Quero tomar uns goles do cheiro, da cor, da tez,
do delírio da poesia
que irradia e enebria lucidez
e plenitude
Quero me embebedar com as cores da nervura de uma noite enluarada
com as estrelas gritando e sussurrando de prazer
E calar meu cio com o paladar da beleza
de uma vida Poética, sem razão, sem compromissos, sem metas, sem setas, sem lucros, sem métricas
Apenas o limiar profundo
e oriundo do néctar dos versos perversos de tão belos expostos na nudez do cotidiano sagrado e profano
E com os meus pés descalços,
com as cicatrizes dos meus rastros
Meu corpo assobia cantigas,
envereda canções
E com meus cabelos negros
e sem cortes, dançando, brincando e enamorando
o vento como prostituto dos prazeres e gozos e arrepios
E num carro sem destino, sem placas e sem documentos,
completamente louco como um menino que corre a galope tomando banho de chuvas
Que nem passarinho,
rasgar o futuro que me persegue, me agoniza e apazigua meus horizontes
Numa estrada sem nome,
vazia, coberta de liberdade,
sem placas, sem destino,
nua como os meus pensamentos
cheia de longas curvas desertas,
sem cheiro de agonias,
plenas da alegria
de testemunhar a euforia
e a revolução de poder sorrir como gente, de gozar como um sujeito encharcado pelo desejo de me prostituir com os desdobramentos da Boniteza, de viver com minhas asas
que tecem voos solitários
e pujantes
compondo a silhueta
e esboços de erros nobres
a ser vividos
Me proporcionando a rebeldia de Existir
E sem endereço, sem documentos, sem martírios, sem culpas, sem números
Apenas com o meu delírio me colorindo e me perfumando, me encharcando com os gozos múltiplos de poder
me embebedar com as belezas dos meus instantes que me apavoram e me turvam os olhos de tão belos, de tão sublimes
Com suas rupturas da beleza ímpar que o mundo
me apresenta
com tanta suavidade
Eu - Nu !
Prostrado diante do trono das orgias que o vislumbre Poético me causa, me entorpece e me enlouquece : gritar
Fazer ecoar a minha sede
Com minha Pele ao calor dos ventos
Sem medo e sem juízo
Com meus poros nus me vestindo do luxo que só os loucos são laureados, aplaudidos e lembrados
E Perambular,
andar por aí com a força da inexatidão dos Acasos
Com a minha nudez
testemunhando a minha embriaguez cínica e absoluta
Sentindo o arrepio da brisa quente a acariciar e excitar a minha alma ousada, transgressora e rebelde
Quero está nu, sempre!
Sozinho e namorado desses instantes tão tatuagens
Embriagado com minha Nudez
sempre
Sem pecados
Sem nódoas culposas
Sem limites
Sem regras
Sem rédeas
Quero tomar um gole da Boniteza,
De gozar a vida
sem estreitezas
sem mesquinhez
sem agonias
Sentindo a teimosia da vida com minha embriaguez
Com o Pulsar da Leveza
de minha Nudez a desvirginar
a glória de um dia verdadeiramente Novo
sempre no Cio