QUASE DESPEDIDA

Sou um estrangeiro em minha própria casa, Um estranho no mundo,

vivendo as custas da falsa generosidade

dos meus opressores.

Mas contra os cotidianos horrores

do nosso medíocre tempo presente,

Busco reinventar a vida

na contra mão de todos

os apodrecidos e indecentes poderes

entre nós ainda vigentes.

Procuro,

no hiato entre o nada e o abismo

Que define o grito de toda existência,

qualquer novidade esquisita

que anuncie , em grande estilo,

minha feliz despedida

do deplorável e antigo espetáculo

de nossa miserável condição humana.