ERRANTES
Espreito por aí,
orbito e sou orbitado,
evito colisões
com os retrógrados.
Fujo dos pontos finais,
numa era de exclamações,
minhas preferências
são as interrogações.
Fujo das matilhas
que recitam falsas crenças,
Só os infelizes e hipócritas
precisam posar de divinos.
Não aceito convites
para entrar em senzalas,
tampouco entro em gulag
das construções de mitos.
Sou viciado
por overdoses de conhecimentos,
já enfrentei matilhas
que tentaram me curar.
Viajo nas asas de anos-luz
pelos labirintos do passado,
ouço a sinfonia cósmica
nos fones de ouvido.
É puro êxtase no nosso
curto tempo de errantes,
se deleitar com a plenitude
de ser insignificante.