TRAVESSIA
Já não sou o que fui a um instante...
Sigo diferente, adiante.
Deixo para trás sonhos e dias
para fantasiar novas utopias.
Desfaço-me do ontem airoso,
sem medo. Teço o agora, artesã,
e visto-me do branco luminoso
de cada ensolarada manhã.
Uma vaga nascida no mar da vida,
não retrocedo. Desigual a cada momento,
invento uma nova partida. Uma alegoria,
abandono-me aos ventos da travessia...