DILEMA...
Tenho em mim uma chama que arde e queima
Que torna cinza as páginas do papiro
Uma vela acesa em ardências e suspiros
Um amor amaldiçoado que insiste, que teima.
Uma vida triste, uma história um dilema
Um cantarolar em ânsias e gemidos
Um mal súbito, um susto, um grito
Uma rima triste na composição de um poema
Uma métrica tosca, sem tinta e sem pena
Num texto que talvez nunca seja lido
De um amor queimado nas chamas da libido
Num voo noturno nas asas de uma falena
E se fosse nem que por pena
Essa chama diferente em arder
E voltasse a minha cama Adena
A deusa grega das noites gemer.
A vela acesa teria outro sentido
Se aglutinariam nas frases os fonemas
Seriam de prazer os urros e gritos
Seriam de amor as estrofes do poema