QUE MUNDO É ESSE?
Que mundo é esse
que me engole diariamente a existência,
onde sou apenas o esboço de um eu
rascunhado nos outros?
Onde tudo é quase impossível,
e a vida é organizada
para manter hierarquias, privilégios
e absurdos,
afirmando o bem estar de tão poucos?
Afinal, será que isso é mesmo um mundo?
Digam-me agora
se há ainda em nossa cotidiana agonia
algum resquício significativo de vida!
E, por favor,
não me falem para esperar
benesses no reino de algum outro mundo!
A vida é a agonia do agora,
a impossibidade do sempre.