Olhos dos sonhos vagos

Olhos dos sonhos vagos

É vasto o mar longínquo que toca delicadamente o infinito céu

Estende-se um no outro num olhar que é só meu

Na verdade nem eu sei onde ele acaba ou até começa

Me limito a observar a liberdade da maré que sempre regressa

Não sei se é a mesma ou se se deixa ficar para trás

É igual a onda mansa azulada que desfeita se refaz

Uma aliança perfeita esta dança calada que não se entende e me confunde

Uma água parada de espuma que preciso que docemente me inunde

Talvez assim se misture com a minha lágrima salina solta

Que empurre o vento indeciso e o traga de volta

Para a face do sorriso onde se passeiam os brilhos dos cabelos

Num enlace confuso de fios nas bocas em desnorteados novelos

Ondula uma ventania envolvente na solidão destes afagos

Voa a imaginação carente nos meus olhos dos sonhos vagos

Luísa Luisa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 23/03/2023
Código do texto: T7746745
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