Bebe no fiado
se anoiteço chovo longe
num pedaço de calçada
onde você não está
guardo um poema amanhecido
uma caneta de carpinteiro
que não tem como segurar
(e) se quebra a todo momento
mas sabe te escrever
na ponta do pincel
do qual volta e meia me roubas
uns versos teus
que acontecem em silêncio
ao ponto do sufocamento