Negras Vidas
Na imensidão da noite fria
Ainda se sente o ardor das feridas
Das costas pretas que escorria
O sangue vermelho de negras vidas
E do corpo cambaleante permanecia
Apenas o espírito vigoroso na esperança
Do trabalho pesado que as forças consumia
Restara apenas as memórias de uma terra sem lembrança
E de dentro da senzala chorava baixinho
A mãe que acalentava a doce criança no peito
Sentido se amargurada pelo o cruel destino
Que a infelicidade impôs ao seu sujeito
O ferrão que marca as suas peles é da indignidade
Os grilhões abafam as suas canções das vitórias
De um povo que lutou e morreu pela liberdade
E que moldou com sangue a sua história
Davi Freitas - 21/03/2023