No sonho…na sombra do vento…
Ela caminhava na sombra do vento audaz
de cabelos esvoaçados e sorriso de fada,
de entre os doces lírios fresca e perfumada
na transparência alva da alma que traz,
e dá piruetas estonteantes no gozo que promete
em sua boca fresca de menina singela, mas traquina
de seios mergulhados entre asas de sedução fina,
nas curvas aligeiradas e apertadas pelo corpete…
Ela voava nas paletas de cor com paixão intensa
Um tropel infinito de beijos cravados nos desejos
sorvendo o adocicado amor em grandes beijos,
na luxúria febril da avermelhada chama densa
do desejo que em nós se tornou quente e picante…
Linda borboleta que queria estreitá-la entre os braços,
sufocar nossos voos e esmagar em nossos abraços
a ilusão que nas fábulas escrevemos em verso palpitante…
Como nos contos da bela Cinderela queremos mais
e apertamos as palavras em espiral auriluzente,
e até mesmo poderia me apaixonar pela serpente,
e ama-la nos contorcidos gemidos …doidos orais
gritados nos jardins da alameda em que voa sem cansaço
sem as castas asas que investiu na desejada orgia,
que ao vê-la bailando em pontas dos pés eu pedia,
à sombra do vento minhas mãos por ela eu passo….
Assim quisera eu, sonhar com fadas sem saber quando
os delírios da gula que sinto por todo o nosso tesão,
embriagado entre a borboleta a mulher e o coração,
travado de loucuras no prazer em beijo brando…
Assim quisera eu nunca ter um dia esquecido,
que navegamos em outras histórias no infinito mar,
sob o azul do céu ofuscado pelo seu sedutor olhar,
onde desapertei o primeiro botão do nu vestido…
Como os ébrios ais dos mitológicos e delirantes amantes,
quando mergulhava bem fundo no seu corpo inquieto,
e para a minha sereia eu era o Neptuno predileto
saindo de uma fábula qualquer onde nos amamos antes...
Sem nunca nos esquecermos que essa nossa doçura,
é efeito da inocência em que a paixão nasceu envolta…
Me ama como um sonho em que a sensualidade anda à solta,
cobrindo-nos com um milhão de beijos a face pura…
Ela sonhava em mim eternizando todos os momentos
em que eu tentei ou tentarei correr para abraçá-la,
Nos contos nas miragens inconstantes, vou amá-la
no sonho do louco que crio nos meus pensamentos
quero penetrar seu corpo muito suavemente,
fechados na poesia que um dia escrevi de olhos fitos,
e de mãos dadas correr na floresta e escutar os passaritos,
devagar…gemendo baixinho sem que o ruído os afugente….
Aproveitar todos os instantes da ilusão imensa,
mordidos por amor desenhado nos corpos por desejos
de sorver as carnes quentes e suadas em grandes beijos…
Da tal luxúria febril …a tal da chama avermelhada e intensa,
onde juro um dia voltar, pois para nós nada há que exceda
o temporal de desejos que mim seu corpo esmaga,
Quando a vejo à tarde à sombra do vento, à sombra da vaga,
Voado sozinha pelos jardins da alameda...