Vou partir
Vou partir para terras da minha mente,
onde a pura liberdade de amar é infinita
onde a mulher que eu quero é imperfeita
onde não terei cama para não adormecer.
Vou partir! Lá o sonho é salvo-conduto…
Vou partir! Lá não há correntes nem chaves,
Aqui choro incompleto e não sou feliz…
Vou partir para onde a existência é brisa,
um aroma, o calor de um beijo, uma semente.
Vou partir para onde não há Reinados falsos,
nem a prepotência contraparente dos relógios,
Levo comigo arados e sementes de amizade,
de amor e honestidade, levarei a Primavera
e a essência de doar sem cobrar em troca…
Tomarei o último banho de mar!
e abraçarei todos os grãos de areia branca,
Espalharei as cinzas de todas as poesias
ao vento em terras que me viram crescer!
Contarei e ouvirei as últimas histórias entre sábios,
que o tempo deixou marcado algures na realidade.
A Rosa será regada por quem tem amor que o permita,
os que amo ficarão orgulhosos e felizes…
Na minha mente há de tudo...escuto risos, palavras doces.
Escuto silêncios na paz das almas e escuto os corações,
seguros e livres da maldade dos seres superficiais,
que impedem a conceção da própria Primavera.
Irei namorar, conversar, rir e brincar, sonhar…irei sim!
E se por momentos estiver mais triste, abro a janelas,
para entrar a luz da Estrela cor de alecrim dourado entre.
Quando a noite chegar não irei cumprimentar a solidão,
apenas comemorar a sua morte tardia e festiva.
Para onde vou serei o meu Rei, o poeta infinito e feliz…
Vou partir para terras da minha mente,
onde a pura liberdade de amar é infinita
onde a mulher que eu quero é imperfeita
onde não terei cama para não adormecer.