O Vencido
Como é triste o fundo da caverna onde estou,
Forte é a corrente da solidão que me prende,
Não há sabedoria ou fuga no que restou,
Me escondo no pavor covarde que transcende.
São imagens que refletem sombras do passado,
Numa parede escura chamada presente,
Onde me encontro acorrentado e sentado,
Esperando a vida passar, tosco e paciente,
E ela passa como gravuras diferentes,
Que segregam o meu desejo: a liberdade.
Roubada por anjos de desonestas mentes,
Convertendo sombras na parede em verdade.
Sem vontade de viver, sinto-me vencido,
Satisfeito, entregue ao anjo e que me afague
A alma, o corpo presente, preso e contorcido,
Ficará aqui até que cada sombra se apague.