Areias de ontem

Ainda sinto nas maõs do hoje vestigios dos últimos graõs de areias onde na plenitude de uma infância serena e pura criava nos aposentos de minhas paredes internas de risos e poesias castelos coloridos com asas de borboletas azuis e cantos de pássaros.

Lembro que ao traçar linhas no tempo do caderno abstrato de minhas declamaçoēs me sentia parte de uma liberdade solta e livre como a descoberta do amor.

Por onde andam agora as voses de inspiraçoēs que naõ eram para serem condicionadas a censura dos incapazes movidos a futilidades e trasbordantes de insensibilidade.

Naõ farei paragráfos destituidos de tudo aquilo que trave meus avanços na chegada triunfante aos mesmos degraus onde vestida de princesa aguardarei no interior desse mesmo predio a edificaçaõ e proliferaçaõ de novas casinhas em condominios de criança.

Léa Silva
Enviado por Léa Silva em 18/03/2023
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