Areias de ontem
Ainda sinto nas maõs do hoje vestigios dos últimos graõs de areias onde na plenitude de uma infância serena e pura criava nos aposentos de minhas paredes internas de risos e poesias castelos coloridos com asas de borboletas azuis e cantos de pássaros.
Lembro que ao traçar linhas no tempo do caderno abstrato de minhas declamaçoēs me sentia parte de uma liberdade solta e livre como a descoberta do amor.
Por onde andam agora as voses de inspiraçoēs que naõ eram para serem condicionadas a censura dos incapazes movidos a futilidades e trasbordantes de insensibilidade.
Naõ farei paragráfos destituidos de tudo aquilo que trave meus avanços na chegada triunfante aos mesmos degraus onde vestida de princesa aguardarei no interior desse mesmo predio a edificaçaõ e proliferaçaõ de novas casinhas em condominios de criança.