Infinito pueril
queria tanto colorir
o meu mundo de criança,
lembrar que é melhor sorrir
e dar asas à esperança
fazer valer,
sonhos, devaneios...
deixar arder
o desejo, sem receios
queria tanto desenhar
um sol no canto do papel.
girar... girar... girar...
o mundo feito um carrocel
bailar ao vento,
pular, cantarolar...
agradecer o alento
sem medo de errar
queria tanto mergulhar
no infinito pueril,
me lançar na chuva, me molhar,
desvendar meu universo infantil.
voejar pelo céu,
sem rumo, sem norte...
vagar ao léu,
embalado pela sorte
queria tanto voltar a sentir essa felicidade
como num vergel
sem dores, dissabores
só cores, amores e flores
temperando a terceira idade
Sérgio Murilo
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