(Per)Feito
A gente nasce feito
Nasce de um Feito
Feito de outros dois, feitos
Um segundo depois
E a cada segundo depois
Depois de muito ir
Depois de muito "foi"
A gente vai
No meio do caminho
No meio de cada passinho
De cada pensamentinho
Por tanto ver
Tanto doer
Tanto aprender
Às vezes quer ser
Às vezes, não quer
Porque mesmo sendo
Sempre ainda não é tempo
Suficiente pra se saber
De tudo que se quer
Do que não se quer
Do que se precisa saber
Pra então querer
Conhecer
E então beber
Estontecer
Até se desfazer
Pra depois refazer
E depois repisar
Pra depois insistir
E depois renovar
E assim ecoar
E encontrar outrossim
Outros, assim, encontrar
Cheios dos mesmos defeitos
Cheios do mesmo penar
Mais ainda cheios de vida
Que Vida é tudo que se pode
Igual a Morte
Mas com a diferença de poder CANTAR!
(Bruno Mariano (Gardeniro)