Sem ti!
Guilhotinas de estridulação ensurdecedora
punem a solidão do poeta em préstito
no vincado arrebol de um amarelo-torrado
rociado pelo doentio álcool numa ruela qualquer.
Escutam-se o bater das asas na orla da razão
Grifam-se sons no vento das plumas dos perfumes,
no encegueirar dos olhos nos gumes das calçadas
de xisto onde sangram os sentidos alcoolizados.
Respira-se sufocado por uma saudade abilolada
por uma luz de escuridão que ilumina imparcial…
Vivo sem me encontrar...numa solidão escoltada
pela oscilação da loucura e se abate na carne.
Fechando os olhos com pavor da bruma e do bafo
da droga inoculada por uma poesia que vagabundeava
no opio fumado num consolo incompreensível.
Que sortilégio troca amor por álcool?
Se nem o ópio nem a morfina acalmam a dor!
Se sem o teu amor…teu cheiro…até sem o teu ciúme
não sei distinguir o amanhecer do anoiteceu.
Sem ti a noite é escura… numa imensa escuridão!