EM DEFESA DO NOVO MUNDO
Fechem as portas da modernidade.
Enterrem os livros de Kant.
É hora da abolir o trabalho,
destruir a indústria,
rasgar dinheiro,
queimar igrejas
e prender a polícia.
Quero fumar pelado
contemplando a melancolia
de um belo por do sol descolonizado,
abandonar a escola,
desaprender o mundo,
beber a vida
até provar o mais profundo surto de embriaguez ameríndia.
Abandonei todas as neuras
e ilusões modernas.
Esquecerei de uma vez por todas o lixo da velha Europa,
suas ciências, leis e monoteismos que nos atrofiam a imaginação criadora.
A razão é um brinquedo quebrado
que não vale um passeio de bicicleta
nos rincões do novo mundo.