Estradas sem Cios

Enquanto se esforçam pra ser mais um

Preenchendo as lacunas dos subsolos das cavernas infernais

Outros sem esforços preenchem os caminhos inéditos, tortos e lamacentos

Enquanto uns se soterram nos limites lineares submissos aos racionalismos

engrenados pela força da volúpia dos corriqueiramente iguais

Em seus infernos maltrapilhos com grifes vencidas e vendidas e tão caras de tão pobres !!

Outros com pés descalços e com almas nuas

Desvirginam ventanias dançando sob chuvas de estrelas que florescem com a leveza de sorrir pra o nada em absoluta harmonia com o êxtase de sua existência absoluta e louca

E os bastardos plantonistas que marcam ponto impreterível

Sob o castigo cego e oco algemado aos que apenas vivem sua sub vida

tão podre, pobre e suvina

E enganados nutrem - se de equívocos

E não pensam que não sabem pensar

Apenas deliram de tão corretos

de tão certos

de tão míopes

Seguem trilhas já trilhadas

Sem o cio seguido do gozo

de tirar espinhos de suas estradas

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 12/03/2023
Reeditado em 13/03/2023
Código do texto: T7738711
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