(In)verso 

Há sóis brilhantes no céu da minha boca, 
que teimam em amanhecer todos os dias, 
me acordam, me sacodem, me põe louca, 
prá que eu os espere mergulhada na poesia! 

Há beijos que não dei, que sonham fantasias, 
há sonhos que há tempos meu querer invoca, 
há vidas esperando em mim e almas vadias 
fazendo–me lembrar o que o coração sufoca! 

Há girassóis na face, que buscam sol a esmo, 
e planetas em mim movem vasto universo; 
é que às vezes não sei mais se sou eu mesmo, 
ou se o que eu vivo agora  é o meu (in)verso!