Exôdo

O cálice seco em cima da mesa

Com frutas pintadas na toalha vintage.

Um quadro de uma quermesse qualquer

A casa de teto baixo de paredes frias, de cor azul anil.

Lá fora mato, a tv de tubo sempre ligada, em um canal, que ninguém vê e mato, só mato.

Água de pote, o querosene cheirando, tal qual uma aventura de caminho hostil,

O calor amarelo, em um céu que dói só de olhar. O sinal vazio de chuva, só perde pro choro do poço perene e compartilhado.

O pensamento é cidade.

E se não posso, então na poeira vou embora.

Equilibrando em madeira de ipê pela estrada incompleta. Eu fui, em um quinzenário chego.

Maravilhosa, tem água sem poço prédio é tão grande, eu lá sou menos que nada.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 12/03/2023
Reeditado em 14/05/2023
Código do texto: T7738293
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