A velha casa
A velha casa
resignada com o tempo
solta da mobília antiga
camadas de poeira
como contraste à luz do dia
que atravessa as janelas
Do ar da memória
também se desprega
uma faísca de outrora
que cai de relance
ao mirar-se o retrato
pegado à parede
e uma sonatina ligeira
aproxima-se aos ouvidos
e vai subindo os degraus da escada
De olhos abertos,
um breve suspiro solta a alma
e depois sorri, enternecida
entre as recordações da velha casa