O ESCUDO DE HEITOR

Troiana arma este escudo trabalhado,

Forjado contra os raivosos aquivos,

Pela beleza de Helena inflamados,

Dez vezes mais que o aço incandescido

– Suportaria isso o escudo magnífico?!

O herói movimenta o escudo então...

Os golpes resvalam e assim desmaiam

Na curvatura do escudo em suas mãos!

Os incendidos param na muralha,

Fortaleza curva forjada em arma!

Difícil penetrar sua Película

– Delicada e rematada pela arte!–

Doces imagens fazem dela parte

E desnudam todo um novo mundo,

Gerado em sonho e emoção – tudo junto!

Que linda festa estava em andamento

Com vários carros em frente ao palácio!

Pronto para o casamento, já estava

O sacerdote... E, naquela porta,

O amor ardente já se anunciava!

Os campos bem vastos se insinuavam...

A Primavera aprimorava as cores!

E, com pincel, no ar, exalava flores!

Que belas pinceladas de aquarelas,

No cenário horrível de uma guerra!

As pessoas no salão iam sentando...

A noiva caminhava lentamente...

E sua mão era dada docemente...

Que doçura admirada pelos convivas,

Vibrando com o calor da emoção!

Cada servo trabalhava com esmero,

De maneira que a todos satisfaça.

Até Homero, muito impressionado,

Aos noivos, escrevia vários versos...

E aos noivos, o rei erguia a sua taça!

Que cerimônia em perfeita harmonia,

Transcorrendo à luz do claro dia!

No palácio, os odores dos lírios

Subiam bem suaves à luz do Sol,

Nas harmonias de um mundo por um fio!

Como imagens em movimento,

Também sonhamos... e ainda escrevemos...

Sobre cada flor que, no peito, temos;

E ignoramos, na ilusão de seu cheiro,

A sublimidade dum novo Reino!