DESEJO, CAOS E IMAGINAÇÃO
O desejo sempre transcende o objeto
e mergulha em si mesmo
como potencia e vontade cega
que não cabe no corpo
ou na consciência.
Ele é como um fogo que tudo consome
Inventando o absoluto além das formas,
do humano, dos deuses,
da natureza, e da realidade.
O desejo é uma grandeza sem nome,
tempo e espaço.
É o absurdo transfigurado em absoluto,
o caos em estado bruto,
aquilo que escapa a toda compreensão.
O desejo é estéril,
é uma vontade cega que despreza toda diferença
e tudo desfaz em calamitosa convergência
na indeterminação da matéria
que em um grão de areia
antecedeu o universo.
O desejo é a imaginação em movimento.