Viva Eu e Meu Escapulário
Viva eu e meu escapulário
Não sou santo nem conseguiria
Mas minha mente não contamina
Nem minha língua é viperina
Viva quem não tem a alma fria
Dentro desse cruel cenário
Ouve a voz que vem do rosário
Reze para ter um ou dois amigos
Que não lhe profanem os abraços
Que não lhe amaldiçoem os passos
Viva quem lhe confere abrigos
Independente de fé ou salário
Salve a prece de quem é contrário
Louvado seja o sol e toda natureza
Que me protejam e guardem do perigo
Sinceramente peço o mesmo por meu inimigo
Seja feito o que for de grandeza
Longe da maldade de todo imaginário
Juro que não sou nenhum visionário
Nem posso lhe dar um pedaço do céu
Mas sei dar mão sem cobrar de volta
Sei lhe ajudar sem me causar revolta
Viva até o pecado de quem é fiel
Que tem a alma nobre de revolucionário
Assombra-me o ódio tão ordinário
Essa inveja que se tanto planta
É a própria morte que se conspira
É a voz que corrompe, que some e se atira
Viva ao bom louco que dança e canta
Sem ser atingido pelo olhar sanguinário
Pessoa que demoniza as asas do canário
Teme a liberdade por um medo infeliz
É quem não sabe ir além da fronteira
É quem queria ter a própria maneira
Viva eu que faço o que sempre quis
E ainda me resta o espírito libertário