Viva Eu e Meu Escapulário

Viva eu e meu escapulário

Não sou santo nem conseguiria

Mas minha mente não contamina

Nem minha língua é viperina

Viva quem não tem a alma fria

Dentro desse cruel cenário

Ouve a voz que vem do rosário

Reze para ter um ou dois amigos

Que não lhe profanem os abraços

Que não lhe amaldiçoem os passos

Viva quem lhe confere abrigos

Independente de fé ou salário

Salve a prece de quem é contrário

Louvado seja o sol e toda natureza

Que me protejam e guardem do perigo

Sinceramente peço o mesmo por meu inimigo

Seja feito o que for de grandeza

Longe da maldade de todo imaginário

Juro que não sou nenhum visionário

Nem posso lhe dar um pedaço do céu

Mas sei dar mão sem cobrar de volta

Sei lhe ajudar sem me causar revolta

Viva até o pecado de quem é fiel

Que tem a alma nobre de revolucionário

Assombra-me o ódio tão ordinário

Essa inveja que se tanto planta

É a própria morte que se conspira

É a voz que corrompe, que some e se atira

Viva ao bom louco que dança e canta

Sem ser atingido pelo olhar sanguinário

Pessoa que demoniza as asas do canário

Teme a liberdade por um medo infeliz

É quem não sabe ir além da fronteira

É quem queria ter a própria maneira

Viva eu que faço o que sempre quis

E ainda me resta o espírito libertário

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 11/03/2023
Código do texto: T7737972
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