Há flores que me perfumam
Há flores
Que me perfumam
E inundam
O peito
Abafado
E estreito
De tão apertado
Pelas dores
Da melancolia
Flores
Que te trazem
De volta
À solta
Na minha fantasia
Descomprometida
Com uma plumagem
Colorida
De saudade
Numa aragem
Leve e descontraída
De um vento
Carente
Que assobia
Um gemido
Dolente
Escondido
À deriva
Agarro todas
No meu ventre
Caídas
Num entrelaçado
Displicente
Despidas
No meu corpo
Quente
E sensual
Perdidas
No meu braço
Elegante
Num abraço
Ocasional
Do instante
São puras
Perfumadas
Pelo meu suor
Das distâncias
E do desejo
Pelo calor
Do beijo
Em sôfregas
E gulosas
Ânsias
Estão nuas
E inocentes
Estas sementes
Harmoniosas
De amor
Em flor
Apenas
Minhas e tuas
Intimamente
Sedosas!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal