Corro, ando, sangro os pés,
faço grandes furos com os dedos
nas paredes do meu mundo...
Não me prenda, abro uma fenda,
saio por detrás e pelo fundo,
por fora, por cima, através...
Me agarro, seguro, não solto,
não sei onde vou, nem quando volto...
atravesso a nado,
vou na proa ou no convés,
mas vou, serena,
a vontade é grande,
e a alma não é pequena!
Morro e ressuscito,
acredito, me jogo e me entrego;
escorrego, insisto e levanto... Ofego...
Ouso, sonho com o que não conheço,
emudeço, me viro, me ponho do avesso,
me obedeço... Resfolego.
Não fico à margem de mim,
pinto a boca de carmim, armo um motim
e antes que alguém me submeta
eu vou embora,
vôo feito borboleta, inquieta...
Me procuro, me perco, e me acho: completa,
repleta de mim...
Não me pergunte porque eu sou assim,
lembre que eu sou mulher, enfim
e além de mulher eu sou poeta!
faço grandes furos com os dedos
nas paredes do meu mundo...
Não me prenda, abro uma fenda,
saio por detrás e pelo fundo,
por fora, por cima, através...
Me agarro, seguro, não solto,
não sei onde vou, nem quando volto...
atravesso a nado,
vou na proa ou no convés,
mas vou, serena,
a vontade é grande,
e a alma não é pequena!
Morro e ressuscito,
acredito, me jogo e me entrego;
escorrego, insisto e levanto... Ofego...
Ouso, sonho com o que não conheço,
emudeço, me viro, me ponho do avesso,
me obedeço... Resfolego.
Não fico à margem de mim,
pinto a boca de carmim, armo um motim
e antes que alguém me submeta
eu vou embora,
vôo feito borboleta, inquieta...
Me procuro, me perco, e me acho: completa,
repleta de mim...
Não me pergunte porque eu sou assim,
lembre que eu sou mulher, enfim
e além de mulher eu sou poeta!