GRILOS

GRILOS

Quilos de grilos invadem as redes

Riscam brancas paredes

Voam ao léu nos céus

Sem brigadeiros

Cheios de vivandeiros

Perdidos em suas verdades

Mentiras e saudades

De tempos inexistentes

Como se as gentes agentes de antes

Fossem santos

Não mostrassem dentes

Tudo eram encontros e encantos

Num mundo de faz de conta

E de era uma vez

Mas bastou às redes dar asas

A essa gente tonta

Para que explodisse de vez

A realidade escondida

E grilos se metamorfosearam

Em camaleões e gafanhotos

Cuspindo e dando arrotos

De humanidade reversa

Enquanto o "bem" versa

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 06/03/2023
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