A Tatuadora
Sob a pele manchada de tinta
O seu coração manchado de sangue
Mas não doi mais
As marcas do passado o tempo apaga
Mas conserva bonito o delineado que agulha faz
Sempre sozinha, destoando
Nasceu para ser balde de tintas
Em um mundo em preto e branco
Bem ali, quase invisível sua alma
Vozes estranhas apontam suas diferenças
E enxergam as suas cores
Mas nunca o seu vazio
Pega papel e caneta
E começa a desenhar a mão livre
Sem saber bem seu destino
Sob a pele manchada de tinta
O seu coração ainda batendo
Uma confusão de rabicos contornam- lhe a silhueta
Mas seu olhos ainda são os mesmos de menina
Uma doce criança inocente
Que sonhava em ser somente ela
A crueldade do mundo lhe moldou mulher
Mas a arte vive nela
E para sempre
O seu corpo, sua tela