Canto para os amanhãs
fumava as manhãs
os belos puídos
lavados nos rios
foi braços dos anjos
escondida no mundo
foi levante dos dias
sorriu das vezes perdidas
deixou a alma ser lavrada
pelo sol
sorriu das agonias
todo meio dia
não aquietou às tardes
com um barulho nos pulsos
domou o inquieto
dormiu ao relento da lua
lavrou as noites
imaginando navios
fez do mar alforria doce
para saudar a pele macia
pelos jardins que eram pagos
com o perfume dos espinhos
balançou a terra com o canto
das caatingas
para descansar as mulheres
que assoviam o luxo da liberdade
essa palavra tão perdidamente
inusitada
Não deveria existir o “dia das mulheres “
Mas dedico à essas mulheres
que fazem o mundo
abençoando os dias sagrados
por elas:
Essas mulheres