Canto para os amanhãs

fumava as manhãs

os belos puídos

lavados nos rios

foi braços dos anjos

escondida no mundo

foi levante dos dias

sorriu das vezes perdidas

deixou a alma ser lavrada

pelo sol

sorriu das agonias

todo meio dia

não aquietou às tardes

com um barulho nos pulsos

domou o inquieto

dormiu ao relento da lua

lavrou as noites

imaginando navios

fez do mar alforria doce

para saudar a pele macia

pelos jardins que eram pagos

com o perfume dos espinhos

balançou a terra com o canto

das caatingas

para descansar as mulheres

que assoviam o luxo da liberdade

essa palavra tão perdidamente

inusitada

Não deveria existir o “dia das mulheres “

Mas dedico à essas mulheres

que fazem o mundo

abençoando os dias sagrados

por elas:

Essas mulheres

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 05/03/2023
Reeditado em 05/03/2023
Código do texto: T7733629
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