CAIU EM SI

Notadamente, silenciosamente

Se viu solitário, decepcionado.

Instantes empurraram o tempo.

Em grande parte desperdiçado.

Cadê aquele alguém de outrora

Há muito não sabe, foi embora.

Alegrias passadas? Triste figura.

A dor da saudade? Vive agora.

Correu ao colo da recuperação.

É tarde foi cair no colo da noite.

Acordou com o passar dos anos.

Sentindo seu peso como acoite.

Primaveras e veras se passaram.

E tostado pelo calor dos verões,

Sai outono sente o frio do inverno.

Depositados em gélidos corações.

Se doou a doces prazeres etílicos.

Desafortunado, de recursos parcos.

A pobreza? Um barco que afundou.

E assim degringolou seus marcos.

Caiu em si numa campa silenciosa

Aí abandonou até sua pose exigente.

No presente ele regurgita o passado.

Do futuro, triste, já se sente ausente.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 04/03/2023
Reeditado em 17/03/2023
Código do texto: T7732792
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