CAIU EM SI
Notadamente, silenciosamente
Se viu solitário, decepcionado.
Instantes empurraram o tempo.
Em grande parte desperdiçado.
Cadê aquele alguém de outrora
Há muito não sabe, foi embora.
Alegrias passadas? Triste figura.
A dor da saudade? Vive agora.
Correu ao colo da recuperação.
É tarde foi cair no colo da noite.
Acordou com o passar dos anos.
Sentindo seu peso como acoite.
Primaveras e veras se passaram.
E tostado pelo calor dos verões,
Sai outono sente o frio do inverno.
Depositados em gélidos corações.
Se doou a doces prazeres etílicos.
Desafortunado, de recursos parcos.
A pobreza? Um barco que afundou.
E assim degringolou seus marcos.
Caiu em si numa campa silenciosa
Aí abandonou até sua pose exigente.
No presente ele regurgita o passado.
Do futuro, triste, já se sente ausente.