AVELÓRIO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Nem tudo que reluz
E que brilha é brilhante
Enfeite passante na luz
De pouco valor, semelhante.
No passado era conta de vidro
Brilhante como o raio do sol
Riqueza exposta em vidrilho
Como a lua cheia de arrebol.
Atualmente é enfeite de papel
Brilhante feito de tudo e de nada
De miçanga ou purpurina agranel
Riqueza pura da sociedade alienada.
É coisa de pouco valor
Se compra com ninharia
É assim o preço do autovalor
A bagatela na tela da galeria.