Um dia seremos nós
Uma dia seremos nós
Um dia acordarei contigo nos meus doces e carentes braços
Vindo dos sonhos que vivo contente em dormentes enlaços
Olharei para os teus olhos deitados nos meus e tocarei a sedosa pele
Viverei de repente a vertigem inebriante de um veloz carrocel
Estaremos a sós no calor incandescente de uma chama
Que borbulha lentamente no lençol enrugado da nossa cama
O sol descansará iluminado por entre sombras dos corpos despidos
As nossas bocas serão só uma no pecado imaculado do mundo dos sentidos
Lá fora o mundo a nós será absolutamente indiferente
Nada nem ninguém tocará a sensibilidade deste amor de uma fluidez corrente
Que segue o seu caminho de felicidade levado pelo destino para a frente
Numa poesia para ti em recado de amor na minha nudez transparente
Mas meu amor, quando vens então para o colo esperado do meu coração?
Quando vens então para o aconchego do cuidado da minha solidão?
Luísa Rafael
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Porto, Portugal