Eu olho pra todos eles

E busco a alma

Eu olho profundo, mesmo distante ou rápido

Com doçura ou desprezo

Eu olho pra todos eles, com calma

E torço por eles, quero que estejam bem

Que façam o bem

Mesmo sabendo que muitos não fazem

São poucos que olham pra mim

São poucos os que sorriem pra mim

Mas eu os encaro com coragem

Nas ruas grandes e pequenas das cidades

Entre multidões e indivíduos

Eu nunca vejo ninguém

Se são os pássaros no céu

Livres da loucura e ignorantes de saudades

Se são cachorros perdidos, sem dono e sem culpa

Pedintes de carinho e lealdade

Eu olho pra todos eles, sempre

Eu não posso evitar

É uma força intensa e pura

De uma alma que procura

Apenas almas encontrar

Sem roupas ou identidades

Que procura um igual em todos

E só encontra todos eles

Diferentes e indiferentes

Mas eu também sou assim:

Por querer mais dos outros o que não posso dar

Também sou um desprezível egoísta

Como um chão frio que esquenta com o calor do sol

Mas eu continuo apaixonado por todos eles

Mesmo que os odeie pelo que são

Eu queria ter todos em abraços, carinho, beijos, sexo

Queria ser corpo a corpo e cansaço

Pra afogar minha tristeza e esquecer um pouco do meu reflexo

Eu continuo procurando e não irei parar

Até que um dia isso acabe

E nunca irei encontrar

(À alma é proibida)

Até que a morte me encontre

E com um sopro, me separe

das minhas feridas

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 03/03/2023
Reeditado em 28/03/2023
Código do texto: T7731615
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