FINOS CRISTAIS TRINCADOS
 
Vivi a estação do sentimento em magia,
seu corpo amado sempre cobrindo o meu...
Mas, véus obscuros das noites vadias
seu olhar febril e ébrio escureceu...
 
Meu tempo parou nesta triste hora,
sangrei em dor o coração angustiado...
Renasci na claridade da nova aurora
e libertei sonhos aprisionados.
 
A vida segue seu caminhar constante,
agonias da solidão afinal se aquietam...
Saudade deixou de ser angustiante,
lágrimas cansadas, enfim secam...
 
Nosso amor é fino cristal, trincado...
Perdeu o brilho cristalino de outrora
e hoje, mora num distante passado,
é um templo abandonado agora!
 
No suspiro agonizante da última hora
lembranças distanciam-se, envelhecem...
Neste seu chão árido, emoção não chora,
pobre terra seca, onde vazios florescem...
 
05/12/2007

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 11/12/2007
Reeditado em 15/10/2009
Código do texto: T773140