DISSECANDO MEU CORPO

Eu expus meu corpo ao sacrifício

como se tudo fosse ossos do ofício,

mas consegui manter coesa a estrutura.

Tentei manter meu corpo todo inteiro,

mesmo sangrando por chagas aparentes,

sofrendo as dores de um modo conseqüente.

Vi o sangue correr por minhas veias,

como os rios correndo sobre a terra,

rumo ao mar que sempre o encerra.

Senti dores nos pés sempre cansados

de caminhadas durante toda a vida

e que levava uma alma ressentida.

Senti as dores de um corpo judiado

por chicotadas que pude suportar,

embora nunca pudesse reclamar.

Senti as dores pulsarem em minha mente

como se a cabeça quisesse estourar,

e assim mesmo eu soube suportar.

Senti o meu coração pulsar no peito

E, acelerado do jeito que eu estava,

fiquei atento esperando uma parada.

E, assim, vendo um corpo maltratado,

mesmo depois de o tempo ter passado,

eu me ative ao que fora programado.

VEM.16/05/05-

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 27/11/2005
Reeditado em 09/04/2009
Código do texto: T77310