É o mar, mãe!

É um rebuliço que dá, mãe,

como se eu tivesse diante do lugar de onde eu vim.

Como se eu tivesse de volta a minha origem.

Aqui dentro do peito, mãe,

sente!

Em nenhum outro lugar eu fico em paz assim.

Aqui, mãe, meu espírito esquece que é gente. Ele só lembra

que é mar, que é universo,

que é luz como tudo que existe.

Ele volta ao princípio que é o mesmo fim.

O tempo para, porque ele simplesmente não existe. E eu,

eu apenas agradeço pela existência do ser.

Diz mãe, a senhora nunca se encantou assim diante da beleza da criação?

Pois eu, mãe, eu me encanto o tempo todo.

(para minha mãe, que me perguntou um dia o que era que eu sentia quando eu ficava diante do mar)