O ÚLTIMO DISCURSO DO BOLSONARO
Coisa pior do que o sujeito ignorante,
É aquele que mostra a falsa erudição.
Analfabeto pode não saber bastante,
Mas apedeuta é ignorante por opção.
Discursos são umas chatices naturais,
Que muita gente ouve por obrigação
Entretanto, o que neles chateia mais,
É saber que o orador é um falastrão.
O boquirroto não passa de um otário
Diplomado na escola do pedantismo;
Saiu de lá com diploma de papagaio,
Habilitado para praticar o psitacismo.
Ninguém é obrigado a saber de tudo,
E a falta de educação será perdoada,
Quem diz besteira devia ficar mudo,
Quem fala muito só sabe dizer nada.
Tem gente que não devia abrir a boca
Pois se abre o que dela sai é só lorota,
Que não se serve sequer como fofoca,
Mas quem fala faz um papel de idiota.
O palavreado inconsistente não faz fé.
Mentiroso não deve subir num tablado,
Quem fala coisas sem cabeça nem pé
É vigarista vendendo bilhete premiado.
O pior é quando se trata de um político,
Que inclusive já foi o nosso presidente.
Ele mostrou que não tem senso crítico
Mas consegue ser bem inconveniente.
Vive a contar mentiras no estrangeiro
Depois de fugir do país, covardemente,
Deixando os apoiadores no desespero,
Com uma mão atrás e outra na frente.
Não bastou, para ele, ser tão corrosivo
Nas políticas que tentou implementar;
Mas agora ele se mostra bem vingativo
Com capacidade enorme de tergiversar.
Distorcendo tudo com arte e engenho,
Que muita gente acha que ele é mágico
E que o único motivo do seu empenho
É salvar a nação de um destino trágico.
Porque esse cara soube mentir tão bem
Que ganhou a eleição se dizendo probo;
Mas até para quem só sabe dizer amém
Só acreditará se for realmente um bobo.
Falar é fácil e todo mundo pode enganar
Mas a verdade é a que mostra resultado;
Nesse quesito ele deixou muito a desejar
E por isso mesmo é que ele foi derrotado.
Um grande festival de asneiras falaciosas,
Foi esse último discurso do ex-presidente;
Seria engraçado se não fossem perigosas
Porque acabam prejudicando muita gente.
Pois a ignorância de parte do nosso povo,
É tão grande que ele nem sequer percebe
Que ele só que quer é enganá-lo de novo,
Vendendo novamente um gato por lebre.
A venalidade é um mal que ataca a língua
Deixando uma pessoa com a cabeça oca;
Quando ela sobe, é a virtude que míngua,
E o intestino faz o conteúdo ir para a boca.
A impressão que dá esse vilão trapaceiro
È a de que ele tenta o seu último recurso;
Mas se Deus é mesmo cidadão brasileiro,
Esse há de ser o seu derradeiro discurso.