Grito
Por detrás das córneas,
Onde esculpi as lágrimas,
Bela imagem se fez na Íris
Onde contornou o arco-iris,
Pintou o rosto de saudade,
Outrora esquecido, é verdade,
O tempo afastou-te de mim,
Os ventos quiseram assim,
Não sei se culpo o mestre tempo,
Ou aprendo com canção do silêncio,
Para curar e preencher o vazio,
Que devasta a alma aflita,
Que grita calada,
Mas que se ergue do marasmo,
Oh, fome de a (mar),
De parênteses curvos,
Como se não me amasses,
Onde os colo, desejos turvos,
Como outrora juraste a (mar),
Isolado das ilhas da ilusão,
Quando disseste que voltarias,
Mas, hoje sei a razão,
Foi mera ilusão,
Seguiste o rumo das gaivotas,
Ancoraste em outro tempo,
Conjugando um novo verbo,
Deixando assim um pretérito esquecido,
Numa carruagem de ventos,
Que traz de fininho o seu cheiro na brisa,
Nesse chão regado,
Com as lágrimas,
Da saudade que não se esqueceu,
Onde as memórias de nós,
Pairam ainda no peito (...)
(M&M)