O POBRE E O DESTINO
A pobreza é um desatino
Castigando a menina e o menino
E o castigo ainda é mais seco
Na caatinga, no sertão
Sem água é só secura
E nada no mundo cura
A eterna desatenção
O carrasco é mais grotesco
A desenhar o futuro dantesco
De multidões sofrendo e pedindo
Frente aos senhores sorrindo
Sem um pingo de compaixão
Sabendo que seu acúmulo é a razão
Do pobre ter seu destino.
Neto Madeiro