Sentir

Sentir

Sentir os cheiros dos orvalhos húmidos das manhãs

Os pinheiros altivos que tocam o céu numa arborizada paz

As poeiras que os meus pés descalços arrastados sacodem

As marés de espumas turbulentas que não dormem

Sentir a terra com as sementes lapidadas de ouro

O sol das claridades quentes que no céu é tesouro

A serra com os suas colinas nuas como seios

O lençol de água em rotas curvilíneas de serpentes nos permeios

Sentir o deserto perolado de areias finas adormecidas

O livro aberto da floresta de sombras misteriosas sentidas

Os cânticos das aves numa orquestra majestosa afinada

Os barulhos ocultos românticos que vibram assim do nada

Sentir em mim o coração da inocente Natureza

Sentir na mão quente a única pulsação que é certeza!

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 25/02/2023
Código do texto: T7727691
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.