Mar e areia
Mar e areia
Diz-me que como as ondas do mar turbulento sempre voltas
Vais à descoberta do teu sentimento nas espumas bravias revoltas
E depois beijas a a minha pele de magias de areia deserta ao vento
Estendida para nós dois na poeira arenosa de um leito de acolhimento
Diz-me que o teu amor desmaia no meu peito com o sal de claridade transparente
Nesta minha praia sentida em sedosa curva de docilidade quente
Que acaricias o areal granulado da alma que te guarda em aperto
Com a ondulação em ritmo quebrado que me acalma o futuro incerto
Diz-me que os rochedos imponentes e altivos jamais serão barreiras
Que as tuas ondas são vagas gigantes sem medos em lutas guerreiras
Que os nevoeiros passados dos instantes de surpreendentes rajadas
São orvalhos fustigados de gentes em tempestades mal amadas
Diz-me que o teu mar mergulha na minha areia de prazer nacarada
E por ali fica a dar de beber a quem grita sem dizer nada!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal