SENSAÇÃO ESTRANHA (Republicação)

 

Tudo em minha volta é diferente

Vejo música suave

Que me deixa alegre, contente

 

Eu tomo um pouco de whisky, então

E a música é outra

Mais embalada como meu coração

 

Olho ao redor, vejo muita gente

Ingeri algo diferente

Senti-me forte, audaz e quente

 

Poucos me olhavam e falavam

Em meio à barulheira

De guitarras, dos que gritavam

 

Onde então eu estava agora?

Não sabia, não

Mas daquele lugar não ia embora

 

Estava tranqüilo, embora aturdido

Eu estava só?

Não recordo, mas não estava perdido

 

Que sensação estranha sentia

Tomei algo estranho!

O que? Nem eu mesmo sabia

 

A música bonita então parou

Foi assim de repente

O povo que estava no embalo calou

 

Nesse momento eu meditei, raciocinei

Quem me deu aquilo?

Aquilo que me fez alegre, pensei

 

Ouvi o som de sirene da Polícia

Polícia por que?

Pegaram-me com rigidez e malícia

 

Tiraram-me então daquele lugar

Me perguntaram coisas

E eu fiquei nervoso à chorar

 

Era a primeira vez, eu confesso

Que ia àquele lugar

Lugar de música, de embalo, de sucesso

 

Fiquei descontente, inconformado

E eles reconheceram

A minha tolice, eu estava perdoado

 

Estava saindo do mundo de fantasia

Da sensação estranha

Onde a desordem somente existia

 

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(Publicado aqui no RL em 02/08/2012)

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 25/02/2023
Reeditado em 25/02/2023
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