UM SEM TETO EM MEIO A NEBLINA
Esse amor nasceu tão quieto,
tornou-se dom que me fascina...
Alucina e se faz concreto,
um sem teto em meio a neblina...
É tão manso seu doce canto
que espanta as dores que já tive...
E é de flores o leve manto
desse encanto que sobrevive...
Envolve-me o corpo e a alma,
garoa dourada de luz...
Que me conduz e me acalma
anulando o peso da cruz!
Tomou seu lugar, fez guarida
como dono e senhor da casa.
Como brasa aquece-me a vida
e na subida dá-me asas!