DESCANSE EM PAZ

Descansar em paz

não me apraz.

Quero, antes,

o ranger de dentes,

que esfarela bocas

carcomidas

e maledicentes.

Um fogo que chispa

(f)agulhas eternas

em minh'alma.

Essa chama

flamejante dantes

do nascimento:

torpe invento.

Um sol embaixo da terra

frita os ratos nos bueiros

(e as baratas também)

do sub: solo-mundo.

Imundo e mundano,

sigo: pisando em brasas.

O zinco

sobre nossas cabeças

não aquece menos:

zuarte.

O ego

é eco

dissonante.

De infernos em infernos,

céu.

Antônio Carlos Policer
Enviado por Antônio Carlos Policer em 23/02/2023
Código do texto: T7725749
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