Memórias

Ao longe, descendo o Lethe

a Candeia iluminava.

Após ordem à Euterpe

A melodia começara

Terpsícore ouvia,

Teu corpo arrepiara,

Tuas pernas tremiam

e o impulso a tomara

Erato e Calíope recitavam

O encontro de corpos

que Clio, Tália e Melpômene descreveram

E Urânia vira nos Astros...

Polímnia ordena que toque os hinos

Euterpe insuflava a orquestra

Mnemosyne atenta a descida do barco

E as águas dos rios, em festa

O condutor para. As Musas representam...

Era tenro o momento, de toque intenso...

Dois corpos ardentes, o beijo nos lábios

O arrepio na pele, apelos calados

O arfar saíra da boca,

Em sussurros descuidados

Teu corpo em movimento,

Desejo e pecado

Era o ápice!

Mnemosyne dera ordem:

Alethéia, por favor!

Tal lembrança é memorável

É castigo ao senhor...

[...]

Desperto no paraíso,

Com uma deusa ao meu lado.

Dou-lhe um beijo nas costas

e vejo teu corpo arrepiado

Agradeço à deusa grega

pelo dom da memória

fico horas do meu dia

relembrando essa história

Mas quem dera conseguira

manter só no meu pensamento

toda troca ardil e intensa

que naquela noite tivemos

Por isso: tinteiro e pena

eternizo aquela cena

Já gravada na minha mente

escrevendo este poema

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 22/02/2023
Código do texto: T7725232
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