VISÕES
VISÕES
Cobre a mesa a toalha com desenhos de morangos que não mofam
Sobre a toalha o jornal com notícias de ontem que seguem no hoje
Formigas passeiam pelas folhas palavradas ignorando as frutas desenhadas
As conversas e falas enchem-se de enchentes cheias de tragédias anunciadas
Lá fora a chuva esfria o calor da folia aguando a cerveja e a alegria
Na tela alternam-se desfiles de blocos de pedras e lamas e outros de lantejoulas e brilhos
De alguns morros descem fantasias de outros descem mortalhas
A vida e a morte alternam-se em braços e abraços de senhores vis e servos servis
Chove como sempre e como praia a lágrima salgada que escorre pelo rosto sempre sofrido
Até o próximo carnaval que sempre termina em cinzas sem colorido